Conforme exaustivos estudos que são comprovados em leis, O Supremo Tribunal Federal, outros tribunais, o governo e o parlamento não carecem de auditoria, pois são instituições, criadas por leis exaustivamente elaboradas e titulares de funções claras e bem definidas.
Temerariamente o mesmo, no entanto, não ocorre em relação aos seres humanos que ocupam os postos dessas instâncias institucionais.
São todos homens e mulheres portadores de virtudes, culturas, ligações, sonhos, medos e até fraquezas inerentes à espécie.
Todos, desde a investidura, deveriam estar automaticamente preparados para prestar contas de seus atos de ofício e tê-los analisados permanentemente à sombra da legislação instituidora de seus cargos. No caso específico do STF, verificar se a decisão cumpre a Constituição e o ordenamento jurídico pertinente para, em havendo algum problema, fazer-se a reforma possivelmente pelo colegiado, como já ocorre em primeira e segunda instâncias, sem que isso resulte em punição ou demérito ao autor.
Foro privilegiado, tráfico de influência e todas as demais formas de superproteção desses servidores, que recebem salários custeados pelos impostos recolhidos pela sociedade, são indevidos e, por isso, deveriam ser extintos.
É habitual a contestação de atos de ministros do STF supostamente comprometidos com políticos ou ideologias, invasores de áreas de atribuição dos outros poderes ou que cultivam o perfil de soltar réus que deveriam ser mantidos presos. Toda essa desconfiança se resolveria se houvessem mecanismos capazes de, sem agredir a liberdade e as convicções do julgador, apurar e esclarecer se seu ato cumpriu as finalidades legais de sua função.
Da mesma forma, são necessários meios de transparência e certificação de que o presidente da República, os senadores, deputados, governadores, prefeitos e até os vereadores, em seu dia-a-dia, dão cumprimento ao mandamento legal que instituiu seus cargos. Isso também deveria ser observado para magistrados, procuradores e todo servidor com poder de decisão.
Necessário se faz ter clareza no exercício da função, quando o titular observa e cumpre o que a lei determina para o seu cargo e função. Os titulares de cargos e funções públicas – independente da sua importância – deveriam ser os primeiros interessados em manter a transparência e clareza sobre suas ações. Em vez de lutar contra as auditorias, seria melhor incentivá-las e aproveitar o espaço por elas ensejados difundir suas ações e manter a sociedade convencida do acerto. Se assim o fizessem, não haveriam tantos pedidos de “impeachment” de ministros ou de Is (Comissões Parlamentares de Inquérito) com viés político.
Os ministros do STF e os titulares das demais cortes de Justiça deveriam, por exemplo, serem os maiores interessados na instalação da chamada I da Lava Toga por que se bate uma parte do Congresso Nacional.
Talvez esteja nela a grande oportunidade de discutir e encaminhar soluções para os grandes problemas do setor. Lutar contra pode, deixar a impressão de que há coisas a se esconder.
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