Rotary Club de Barra do Garças lança o livro “Vozes da Resiliência” 416x53

Da Assessoria/Redação

No dia 8 de março, realizou-se no Anfiteatro Fernando Peres de Farias, de Barra do Garças, o lançamento do livro “Vozes da Resiliência” reunindo relatos de 31 mulheres que transformaram suas experiências de vida, seja de violência física, moral, psicológica, patrimonial, e de outros desafios em histórias de superação e força, emocionando e inspirando outras mulheres sobre o tema.

“Este livro é um mosaico de histórias, um coro de vozes femininas que ecoam força, determinação e esperança”, segundo a coordenadora do projeto Zenilda Teodora de Lima.

O Projeto foi idealizado e desenvolvido pelo Rotary Club de Barra do Garças, em parceria com a Associação da Casa da Amizade e Rotaract Club de Barra do Garças, destacando-se pelo compromisso social de reconhecimento da luta das mulheres em contexto social de caráter patriarcal e pela promoção do empoderamento feminino, visibilizando as suas vozes historicamente silenciadas e que, mesmo nesse contexto, encontraram em si mesmas a coragem para seguir em frente.

O projeto foi coordenado com maestria e dedicação pela Rotariana Zenilda Teodora de Lima. A primeira edição, limitada a mil exemplares, ressalta o caráter pioneiro e exclusivo da obra na região de Barra do Garça. O evento foi sucesso de público, lotando, completamente, o Anfiteatro Fernando Peres de Farias.
Na oportunidade houve a apresentação do espetáculo Cantando Candieiro, com música, dança e poesia, celebrando a chama do amor, com a direção de Welita Santos, músicas de Alexandre Oliveira, roteiro e autoria de Daniel Machado. O espetáculo trouxe a arte da dança contemporânea e foi muito aplaudido pelo público.

Autoridades locais, representantes do Rotary Club e membros da comunidade estiveram presentes para celebrar essa iniciativa transformadora de conscientização social. Na ocasião, fizeram uso da palavra, Divino Arbués, Presidente da Academia de Arte e Letras do Centro Oeste, que enfatizou a importância da publicação do livro. Wiliney Santana Borges Leal, Delegado Regional da Policia Civil de Barra do Garças enalteceu os relatos publicados no livro para ser usado como ferramenta de trabalho no atendimento das vítimas de violência.

Ubajara Soares de Oliveira, Presidente do Rotary Club de Barra do Garças, agradeceu a todos que colaboraram para que o evento fosse tão bem sucedido, destacando a importância do empoderamento feminino como essencial para se chegar ao objetivo de “poder” ou poder fazer. Ressalta, ainda, que o livro deve ser um objeto de consulta constante, deve ser lido e relido porque no interior dele se descobre o “como fazer”, ou seja, o método para o sucesso.

Relatos de Coragem e Transformação 644w3d

Cada página do livro apresenta narrativas profundamente pessoais, onde as autoras relatam suas lutas e trajetórias para reconstruir suas vidas em diferentes realidades de opressão e invisibilidade. Os relatos evidenciam, não apenas a resiliência dessas mulheres, mas também, a importância de se criar espaços de diálogo e apoio para enfrentar os desafios impostos por situações de violência.

A coordenadora do projeto, Zenilda Teodora de Lima, no uso da palavra, falou sobre a inspiração do Projeto Vozes da Resiliência: Mulheres que inspiram; do processo de edital e a escuta de histórias e o trabalho incansável dos companheiros do Rotary Club de Barra do Garças para a confecção do livro e do evento. Zenilda disse que cada mulher que lá estava tinha um mundo dentro de si e tanto o que ensinar! Confessou que seu sentimento era de gratidão porque tem convicção de que a literatura é uma forma de terapia; que a arte é terapêutica; que a literatura a salvou e a salva todos os dias. “ A arte cura e nos resgata enquanto seres humanos…ela nos ajuda a alimentar a nossa fé, porque somente com a fé que conseguimos levantar todos os dias com tantos desafios. Esse livro resgata a cultura ancestral de ar conhecimento e experiência pela oralidade em rodas de conversa”.

A escritora recomendou aos presentes que lessem cada relato, um de cada vez e dessem tempo necessário para reflexão. “ Leiam cada história sem julgamento, com respeito a essas mulheres que gentilmente abriram seus baús para inspirar outras pessoas sabendo que elas fizeram o melhor que puderam nas condições que tinham”, Estiveram presentas no evento de lançamento 15 mulheres que contribuíram com relatos, cada uma recebendo do Rotary três exemplares do livro que ajudaram a escrever.

Foi oportunizada a palavra a três mulheres autoras de contextos e gerações diferentes, que dividiram um pouco de relatos das suas vidas, causando grande comoção no público presente: Maria Claudino da Silva, professora e escritora, fez a leitura do texto escrito para o livro, onde cita Rubens Alves para falar sobre o luto, a tristeza e a saudade, ressignificando sua dor em poema; Valéria Santos Oliveira trouxe partes da sua trajetória para conquistar um espaço acadêmico, se formando em advocacia, ressaltando que sua luta foi de raça; Silvana Barros de Oliveira, uma sobrevivente da depressão, em meio a lágrimas, expôs a importância desse momento para uma menina que aos 19 anos tentou o suicídio. Suas palavras mostraram a dádiva da vida. Todas abordaram que o caminho percorrido não foi só. As redes de relações estabelecidas com outras mulheres, foram e são importantes para uma caminhada de luta, fé, força e coragem, representando em seus relatos características de comportamentos que deram base ao surgimento da data de 8 de março, como um dia para reivindicar direitos trabalhistas, posição social, política e cultural de mulheres que antecederam essa geração.

O livro aborda vidas reais, relatos que dispensam flores, presentes e uma palavra de parabéns, porque temos nessas escritas, vidas vividas, dia a pós dia. Por isso, essa publicação é a culminância dessas vidas para celebrar, todos os dias, as mulheres, seus direitos por escolhas, conquistas, proteção, inteligência, respeito, sonhos, liberdade e fé.

Essa obra, é fruto de um trabalho coletivo, reflete a essência do serviço rotário e a força transformadora da resiliência, inspirando leitoras e leitores, fortalecendo o espírito de união e esperança. Se bem difundido, pode ajudar a mudar a história de muitas mulheres em situações semelhantes as vividas pelas autoras, possibilitando também reconstruírem suas vidas.